sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Alma Xucra.


Longe do clarão da lua,

Em teus braços me sinto seguro,

Mas continuo com tal amargura.

Minha alma xucra ainda aporreada,

Espera por ti guria para ser domada.

Pensando em colher um bom fruto,

Seguindo em rumo ao futuro,

E respirando um ar tão puro.

Cavalgando pelas coxilhas Ainda com medo,

Medo de quando apear e tu aqui não esteja mais,

A saudade que não tem fim como um potro Remoendo,

E o que eu passei... Ninguém viu!

No pobre rancho vazio!

No rancho que eu fiz pra dois.


Jeam Galli

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Sentir.

Eu, olhando as nuvens, lembrando do seu abraço, tão confortável, da forma do seu rosto, do seu sorriso.

Eu não pude evitar, seu encanto me tocou, eu não sei, mas sem perceber me tornei uma pessoa mais madura, talvez tenha sido seu abraço ou o seu falar, não sei o qual escolher, na verdade, sinto que foi você por inteiro que me fez diferente, sinto você aqui mesmo quando estas ausente.

É inútil dizer que nada mais me importa, eu sinto coisas, desconhecidas por mim, mas que fazem sentido depois que eu percorri o caminho que parecia não ter fim.

A cada amanhecer se torna mais importante, eu, eu sinto em todas as horas, sem exceção.

Não sei mais assim como o céu é meu vicio você se tornou a essência, não, eu não precisava nesse momento, mas pretendo vive-lo intensamente, até o ultimo minuto.

Eu prefiro não amar-te, mas sentir-te é inevitável.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Escrever.

Queria escrever algo que fizesse realmente algum sentido. Escrever para mim é um ato de desabafo, é uma vontade imensa de vomitar tudo que esta engasgado dentro de mim de uma maneira compreensível ao ver dos meus leitores.

Cada palavra completa significa um alivio dentro do espaço interior do meu ser, cada desabafo é como se eu me tornasse uma pessoa nova, com novas cargas e com uma nova vontade de continuar. Sempre que as minhas esperanças estão se esgotando eu escrevo e encontro uma maneira nova de encarar as dificuldades, uma maneira de me levantar e seguir em frente e eu sei que é a única maneira de entender o que realmente se passa aqui.

De alguma maneira algumas coisas realmente fazem sentido, mas outras se acumulam junto com as duvidas e a insegurança, e eu percebo que tudo não passa de uma farsa, pois, sim eu sei que eu deveria ser uma pessoa com uma auto estima mais elevada, com uma vontade nova a cada dia, mas eu simplesmente sigo a monotonia dos meus dias,após escrever eu me sinto bem, vejo a fragilidade das palavras e o olhar das pessoas, que me assusta , mas me facina.

Sempre que eu vejo seu olhar o meu corpo transcende, eu corro, preciso vomitar palavras.

"Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida."

Clarice Lispector

sábado, 2 de outubro de 2010

Memórias Postumas

Talvez espante ao leitor a franqueza com que lhe exponho e realço a minha mediocridade; advirta que a franqueza é a primeira virtude de um defunto. Na vida, o olhar da opinião, o contraste dos interesses, a luta das cobiças obrigam a gente a calar os trapos velhos, a disfarçar os rasgões e os remendos, a não estender ao mundo as revelações que faz à consciência; e o melhor da obrigação é quando, a força de embaçar os outros, embaça-se um homem a si mesmo, porque em tal caso poupa-se o vexame, que é uma sensação penosa e a hipocrisia, que é um vício hediondo. Mas, na morte, que diferença! que desabafo! que liberdade! Como a gente pode sacudir fora a capa, deitar ao fosso as lentejoulas, despregar-se, despintar-se, desafeitar-se, confessar lisamente o que foi e o que deixou de ser! Porque, em suma, já não há vizinhos, nem amigos, nem inimigos, nem conhecidos, nem estranhos; não há platéia. O olhar da opinião, esse olhar agudo e judicial, perde a virtude, logo que pisamos o território da morte; não digo que ele se não estenda para cá, e nos não examine e julgue; mas a nós é que não se nos dá do exame nem do julgamento. Senhores vivos, não há nada tão incomensurável como o desdém dos finados.

Memórias póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis

Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar.

Machado de Assis