terça-feira, 21 de setembro de 2010

Eu preciso sufoca - lá, mostrar que ela não é mais forte que eu, que nada é mais forte do que as lembranças que estão guardadas em minha mente.

Ela vem aos poucos, vai tomando as pessoas deixam-lhes cheias de medos, tornando-nos prisioneiros de uma verdade, que se aproxima, que esta cada dia mais ao nosso lado, cada amanhecer ela se aproxima mais. Persegue os fracos, os indecisos, os sensíveis e os oprimidos, faz deles pessoas cheias de melancolia, pessoas fracas e sem vontade de continuar. Ela entristece os seres , cava um buraco no peito dos que amam, desola os que consolam, traz uma dor horrível aos que estão ainda a guardar uma esperança, rende-nos a verdade que a gente não quer acreditar.

Eu sinto ela cada dia mais próxima de mim, não necessariamente querendo me levar, mas levando um pouco de mim junto com aqueles que ela está a afetar, mas eu não vou deixar, vou ser forte, vou trazer dificuldades, ela não vai me dominar, simplesmente eu vou estar aqui com toda a força que estou guardando pra quando ela os encontrar, eu vou ser a força o apoio, a luz do fim do túnel quando meus amados precisar, eu vou dar o melhor de mim.

Ao olhar no céu, enxerguei a lua, laranjada, linda, lua nova. O céu preto, obscuro, necessitado, realmente distante. Eu estou me comparando a lua, ela esta sendo necessária para que as pessoas sintam a energia do céu, o brilho dela está tornando o céu menos obscuro, mais sincero, mais forte, mais consolador. Eu me sinto assim é como se eu fosse a responsável pelo consolo, pela força, pelo brilho que está diminuindo entre nós, é como se eu fosse a única luz que ainda resta e estou mantendo para que nada acabe mal, que apesar de minha consciência dizer que o que ela tanto quer não esta longe de acontecer, mas que eu possa mostrar e passar as minhas forças na hora em que eles mais precisarem, como uma troca de apoios, uma troca de amor, uma retribuição por tudo que eles fazem por mim, por tudo que eles são para mim.

Ela esta cada vez mais próxima, eu, estou cada dia mais preparada.



“Quando a Morte conta uma historia, você deve parar para ler.”

A menina que roubava livros – Markus Zusak

domingo, 19 de setembro de 2010


Por que que o sol nasceu de novo e não amanheceu?
Por que que tanta honestidade no espaço se perdeu?
Por que que Cristo não desceu lá do céu e o veneno só tem gosto de mel?
Por que que a água não matou a sede de quem bebeu?

Por que que eu passo a vida inteira com medo de morrer?
Por que que os sonhos foram feitos pra gente não viver?
Por que que a sala fica sempre arrumada se ela passa o dia inteiro fechada?
Por que que eu tenho caneta e não consigo escrever?

Por que que existem as canções e ninguém quer cantar?
Por que que sempre a solidão vem junto com o luar?
Por que que aquele que você quer tão bem já tem sempre ao seu lado outro alguém?
Por que que eu gasto tempo sempre, sempre a perguntar?

Raul Seixas - Gospel
foto - @dontwash

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Eu estava à pensar quantas vezes eu vivi coisas que jamais queria viver, coisas que eu queria esquecer mas que me fizeram mais madura, alguém melhor.
Eu sempre tive um medo enorme de ficar sozinha, de me perder por algum lugar e nunca mais me encontrar, tive medo que as pessoas simplesmente esquecessem-se da minha existência, tive muito medo de não ter alguém pra abraçar. Descobri, porém que podia encontrar a melhor companhia, alguém que viveu e errou muito mais que eu, mas aprendeu, sorriu e continuou, alguém que nunca me deixou só, que não permitiu que eu cometesse os mesmos erros, que me alertou do perigo do outro lado da fonte e que sempre esteve do meu lado quando todos haviam partido.
Pude encontrar nos seus braços o melhor consolo, a minha força para continuar, no seu sorriso posso confiar, eu sinto a verdade sim, sem discução no seu olhar, é tão bom pensar que existe alguém em quem eu posso confiar, alguém que faz as palavras terem sentido, alguém com força suficiente para me aturar e que sempre vai estar ali quando eu precisar.
Queria agradecer, mas não existe uma única palavra que possa descrever o que ela é pra mim, é como se eu fosse o escuro da noite e ela as estrelas que dão sentido ao céu, é como se ela desse o sentido que faltava na minha vida, não me lembro como eu era a mais ou menos 5 anos, quando ela começou a fazer há diferença e tornou o que eu tanto temia em algo banal, ela me mostrou que não importa quanto tempo passe, quanto a saudade atrapalhe, quando as criticas sejam dolorosas, a nossa amizade vai prevalecer e se fortalecera, posso afirmar que não imagino minha vida sem tê-la, posso até prever o abalo que isso causaria a minha imagem, a minha vida.
Eu sei, que nada vai fazer isso mudar, nem os dias mais dolorosas vão nos abalar. Apesar de ser tão pequeno o meu agradecimento por tudo que você e faz por mim, dizer-te muito obrigada não é a melhor palavra pra descrever, mas ela faz realmente sentido quando não existem o que dizer.
Espero que sempre os meus caminhos me levem até você.

Natalia Anghinoni Santin, minha melhor amiga <3

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Tudo parecia normal, o mesmo ar, a mesma rotina, as mesmas palavras ditas ao vento como em qualquer dia. Eu estava a sentir uma revolta dentro de mim, algo não estava certo, nada estava certo, eu queria fugir, queria fazer a angustia sumir, não sabia o que fazer, o meu dia insistia em arruinar meus bons pensamentos, mas não havia motivos, eu não sabia porque, um enorme ponto de interrogação estava estampado em minha face, eu queria arrancar tudo o que eu sentia, eu queria não sentir, queria apenas viver tudo normal, sem muita emoção,queria poder viver uma rotina que não me fizesse tão mal.

Tudo estava prestes a vir à tona, eu não imaginava, eu não queria acreditar, eu não podia acreditar alguém que parecia ser sincera comigo, que me fazia bem, alguém em quem eu confiava, resolveu se rebelar e eu aqui sem chão, sem ter para onde correr, sem ter alguém pra abraçar e a única pessoa que poderia me ajudar eu só veria no dia seguinte.

Eu não podia deixar-me cair em prantos, não merecia nem se quer uma única lagrima cristalina e verdadeira que estava prestes a cair dos meus olhos, não merece nem se quer o meu ódio que até ele pode ser aproveitado pra alguma coisa melhor. Minha vontade de sorrir passou e minha vontade de continuar se abalou.

Não estava bem, eu queria acreditar que tudo não passou de um pesadelo e assim que eu abrisse os olhos tudo desapareceria.
Eu queria estar sozinha na escuridão, pois é com ela que eu me identifico, poderia adormecer sentindo o vento tomando cada parte do meu corpo, fazendo dele tão frio quanto à decepção que está dentro de mim, eu precisava ficar só, eu e as estrelas, queria o vazio, o vazio como minha companhia.

Tanta coisa aconteceu, eu não precisava passar por isso, eu não precisava estar aqui.
É complicado explicar, mas é como se existisse algo em mim que odeio criticas fora de propósito, que odeia ser submissa, que quer agir por si só. Agir com os meus próprios princípios sem a interferência de nenhum ser, mesmo ele tendo sim direito de opinar, eu sou extremamente individualista, sou tão conservadora de mim mesma que as vezes entro em conflito e sem ter muita paciência acabo explodindo, eu descarrego todo o meu desprezo em forma de palavras e apesar de não mentir acabo sendo machucada, acabo sendo mal interpretada e assim acabo criando um conflito maior dentro de mim.

Sim mãe, sua filha cresceu e eu sei que você sente falta da minha ingenuidade que desapareceu.

Eu queria sumir.

Encontrei forças e fui ao encontro das estrelas, eu precisava ficar a só, sentei junto ao vazio olhando as estrelas, desprezando os pensamentos que aos poucos foram sumindo e deram lugar a escuridão, eu não pensava em mais nada, estava flertando o que estava ao alcance da minha visão, sentindo o frio da noite invadindo o meu ser e descobri que o meu individualismo esta me ajudando a continuar, mais uma vez eu cai e com minhas próprias forças eu ei de levantar.

Foi um dia difícil, a dor indescritível mas tenho que continuar.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Não ameis a distância.

Em uma cidade há um milhão e meio de pessoas, em outra há outros milhões; e as cidades são tão longe uma da outra que nesta é verão quando naquela é inverno. Em cada uma dessas cidades há uma pessoa, e essas pessoas tão distantes acaso pensareis que podem cultivar em segredo, como plantinha de estufa, um amor à distância?
Andam em ruas tão diferentes e passam o dia falando línguas diversas; cada uma tem em torno de si uma presença constante e inumerável de olhos, vozes, notícias. Não se telefonam mais; é tão caro e demorado e tão ruim e, além disso, que se diriam? Escrevem-se. Mas uma carta leva dias para chegar; ainda que venha vibrando, cálida, cheia de sentimento, quem sabe se no momento em que é lida já não poderia ter sido escrita? A carta não diz o que a outra pessoa está sentindo, diz o que sentiu a semana passada... e as semanas passam de maneira assustadora os domingos se precipitam mal começam as noites de sábado, as segundas retornam com veemência gritando - "outra semana!" e as quartas já tem um gosto de sexta, e o abril de de-já-hoje é mudado em agosto...
Sim, há uma frase na carta cheia de calor, cheia de luz; mas a vida presente é traiçoeira e os astrônomos não dizem que muitas vez ficamos como patetas a ver uma linda estrela jurando pela sua existência - e no entanto há séculos ela se apagou na escuridão do caos, sua luz é que custou a fazer a viagem? Direis que não importa a estrela em si mesma, e sim a luz que ela nos manda; e eu vos direi: amai para entendê-las!
Ao que ama o que lhe importa não é a luz nem o som, é a própria pessoa amada mesma, o seu vero cabelo, e o vero pêlo, o osso de seu joelho, sua terna e úmida presença carnal, o imediato calor; é o de hoje, o agora, o aqui - e isso não há.
Então a outra pessoa vira retratinho no bolso, borboleta perdida no ar, brisa que a testa recebe na esquina, tudo o que for eco, sombra, imagem, um pequeno fantasma, e nada mais. E a vida de todo dia vai gastando insensivelmente a outra pessoa, hoje lhe tira um modesto fio de cabelo, amanhã apenas passa a unha de leve fazendo um traço branco na sua coxa queimada pelo sol, de súbito a outra pessoa entra em fading um sábado inteiro, está-se gastando, perdendo seu poder emissor à distância.
Cuidai amar uma pessoa, e ao fim vosso amor é um maço de cartas e fotografias no fundo de uma gaveta que se abre cada vez menos.
Não ameis a distância, não ameis, não ameis!


Rubem Braga

sábado, 11 de setembro de 2010

É confortante saber que já não estou mais no fundo do poço, que agora vejo a luz cada dia mais perto de mim, é complicado dizer, é complicado explicar, eu não tenho motivos, nenhuma razão para me sentir assim, para estar sorrindo, mas eu vejo que tudo está tendo uma forma mais lúcida, algo mais fácil para meus olhos compreenderem.

A forma do seu rosto continua intacta no meu pensamento, mas eu ainda não descobri se estou sentindo de verdade, lembro daquele dia, eu você debaixo de um céu azul com algumas nuvens, eu podia jurar que tudo não passava de um sonho, que assim que eu virasse para o lado eu sentiria tudo se perdendo no ar, tudo se transformando em realidade, mas isso não aconteceu na real eu estava vivendo e isso fez-me sorrir intensamente, nada era falso, seu abraço me confortava, seu toque era doce e eu podia continuar ali, dentro de um sonho real, eu só não esperava que isso invadisse meu ser, eu não queria de fato, mas eu me sinto bem, eu me sinto viva novamente e não importa se só foi por um único momento, fez-me bem claramente bem, nada mais havia me feito sentir-se assim e posso confessar que só teve inicio, mas como todas as historias sei que ainda não acabou, existe meio e fim.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010


O segredo é não correr atrás das borboletas. É cuidar do jardim para que elas venham até você.

Mário Quintana


foto: @dontwash

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Queria fazer-te bem o tanto que você me faz, queria dizer-te tudo aquilo que eu estou sentido sem medo, poderia cantar-te em versos como um poeta, dizer-te pelo simples brilho no olhar, o quão esse momento foi inesperado, inesquecível, indescritível.

Como não posso falar-te, apenas sinta.

domingo, 5 de setembro de 2010



A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos,na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável. O sofrimento é opcional.

Carlos Drummond de Andrade

foto por @dontwash

voltei.

Tudo parecia tão normal, todos os dias pareciam iguais, tudo estava tão vazio, a mesma monotonia, a mesma cor, tudo tão sem sentido, eu caminhava sem seguir um caminho, era como se estivesse perdida, como se as luzes tivessem se apagado e ali sozinha caminhava sempre ao redor de um mesmo local, vendo sempre as mesmas coisas, estava me sentindo uma completa inútil, esperando o tempo passar e alguém tornar meus dias melhores.
Estava totalmente insegura, de olhos vendados, até que então senti algo inocente, porém transcendente, que invadiu-me e fez a luz voltar, o caminho voltou ao seu lugar e eu já não me sinto tão inútil.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Faleceu ontem a pessoa que atrapalhava sua vida.

Um dia, quando os funcionários chegaram para trabalhar, encontraram na portaria um cartaz enorme, no qual estava escrito:

"Faleceu ontem a pessoa que atrapalhava sua vida na Empresa. Você está convidado para o velório na quadra de esportes".

No início, todos se entristeceram com a morte de alguém, mas depois de algum tempo, ficaram curiosos para saber quem estava atrapalhando sua vida e bloqueando seu crescimento na empresa. A agitação na quadra de esportes era tão grande, que foi preciso chamar os seguranças para organizar a fila do velório. Conforme as pessoas iam se aproximando do caixão, a excitação aumentava:

- Quem será que estava atrapalhando o meu progresso ?
- Ainda bem que esse infeliz morreu !

Um a um, os funcionários, agitados, se aproximavam do caixão, olhavam pelo visor do caixão a fim de reconhecer o defunto, engoliam em seco e saiam de cabeça abaixada, sem nada falar uns com os outros. Ficavam no mais absoluto silêncio, como se tivessem sido atingidos no fundo da alma e dirigiam-se para suas salas. Todos, muito curiosos mantinham-se na fila até chegar a sua vez de verificar quem estava no caixão e que tinha atrapalhado tanto a cada um deles.

A pergunta ecoava na mente de todos: "Quem está nesse caixão"?

No visor do caixão havia um espelho e cada um via a si mesmo... Só existe uma pessoa capaz de limitar seu crescimento: você mesmo! Você é a única pessoa que pode fazer a revolução de sua vida. Você é a única pessoa que pode prejudicar a sua vida. Você é a única pessoa que pode ajudar a si mesmo. "SUA VIDA NÃO MUDA QUANDO SEU CHEFE MUDA, QUANDO SUA EMPRESA MUDA, QUANDO SEUS PAIS MUDAM, QUANDO SEU(SUA) NAMORADO(A) MUDA. SUA VIDA MUDA... QUANDO VOCÊ MUDA! VOCÊ É O ÚNICO RESPONSÁVEL POR ELA."

O mundo é como um espelho que devolve a cada pessoa o reflexo de seus próprios pensamentos e seus atos. A maneira como você encara a vida é que faz toda diferença. A vida muda, quando "você muda".

luis fernando verrisimo